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sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre viagens intergalácticas e vida fora da Terra



Este é um post diferente. Vim falar sobre minha opinião a respeito desses dois assuntos tão controversos: viagens intergalácticas e vida fora da Terra. Hoje, ao assistir o Discovery Channel, vi um carinha falar uma pérola que me fez rir e ter raiva ao mesmo tempo. Ele foi categórico em dizer que se existisse vida fora da Terra, ela estaria tão longe que levaria pelo menos 150 mil anos para chegar aqui, o que seria muito longe e improvável. Achei essa declaração tão humanista (no pior sentido da palavra) e pequena, que resolvi passar aqui para deixar minha opinião a respeito.  Mas antes, uma matéria publicada essa semana em todo o mundo.

Astrônomos descobrem planeta fora do Sistema Solar que pode abrigar vida

Astrônomos de universidades europeias divulgaram nesta quinta-feira (8) ter descoberto um possível planeta habitável fora do Sistema Solar. O HD40307g tem uma massa sete vezes maior do que a da Terra e é o exoplaneta mais longe, entre os seis do seu sistema, da estrela HD40307, que está a 42 anos-luz.

Esta distância, semelhante a da órbita do nosso planeta para o Sol, é ideal para que o exoplaneta receba energia e calor suficientes para manter água em estado líquido em sua superfície e atmosfera estável para que seja habitado. Além disso, segundo os astrônomos, é provável que o HD40307g faça rotação em seu próprio eixo, uma vez que orbita essa estrela massiva, criando momentos diurnos e noturnos no planeta, outro fator semelhante ao da Terra.

A pesquisa, que será publicada no renomado periódico Astronomy & Astrophysics, foi liderado Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e Guillem Anglada-Escude, Universidade de Goettingen, na Alemanha. 

A estrela HD 40307, um pouco menor e um pouco mais fria que o nosso Sol, já era conhecida dos astrônomos. Mas pesquisas anteriores apontavam apenas três objetos muito próximos ao seu redor – o que dificultava o surgimento da vida.

Só após cruzar dados do espectrógrafo Harps, do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), o mais preciso do mundo para buscar planetas fora do Sistema Solar, o grupo conseguiu detectar sinais de três novos mundos na órbita da estrela, entre eles o exoplaneta HD40307g.

O estudo ressalta, também, que este não é a primeira vez que um estudo descobre um exoplaneta com potencial para abrigar a vida: a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) conseguiu comprovar no início do ano que o Kepler 22b, detectado em 2009 pela missão espacial Kepler, está apto para ser habitável. Mesmo tendo condições similares às do HD40307g, ele fica muito longe da Terra, a cerca de 600 anos-luz, ao contrário da nova descoberta.

Fonte: UOL Notícias.

Para começar, vamos deixar claro algumas coisas. Pasmem, mas eu não acredito em seres cinzentos e cabeçudos que navegam uma panqueca de lata brilhante de última geração e que querem ser nossos amigos, ou muito menos invadir a Terra. Todavia acredito em vida fora da Terra. Não, eu não estou sendo contraditória (nem delirante). Mas acreditar em Deus e no sobrenatural já não é acreditar em vida extraterrestre? Pois bem, esse é pano para uma outra trama. Vamos ao que interessa.





Como assim "é longe demais"? Não é um pensamento muito pequeno querer medir o Universo com métricas terrenas? Há poucos anos atrás estávamos convencidos de que a Terra era plana e que o átomo era a menor parte divisível de matéria. Agora já temos a divisibilidade do átomo por partículas subatômicas (também divisíveis), a partícula de Higgs e até alguns amadores encontrando novos planetas e novos sóis. Então como é que mesmo assim alguém abre a boca para dizer que uma viagem intergaláctica seria improvável por conta do Universo ser muito grande?

Não sei se essas pessoas já ouviram falar de teorias como o Buraco de Minhoca, Universos que se dobram como uma folha de papel e até os multi-universos! Sim, não fazemos ideia se são verdade ou se poderiam ser. Mas negar essa possibilidade é ser muito pequeno, muito ignorante. Vamos listar algumas incoerências que provam meu ponto de vista. Aqueles que acreditam em vida inteligente superior fora da Terra: se são assim seres tão superiores, porque usam meios de transportes tão limitados quanto os nossos? Porque são regidos por leis da Física criadas (ou estipuladas) por seres humanos, na Terra? Não faz sentido. É o mesmo que formiguinhas dentro de um formigueiro, cheias de certezas sobre a atmosfera em Marte. Não tem como.



Sabemos muito pouco sobre o Universo, até mesmo sobre nós, da onde viemos, do que somos feitos e para onde vamos. Mas mesmo assim, temos páginas e páginas de certezas com prazos de validade próximos de expirar, além de uma convicção faraônica de que tudo é regido numa harmonia e complexidade compatíveis com a capacidade de nossos próprios cérebros. São as formigas que ao passo que são capazes de construir um formigueiro, também se sentiriam capazes de descobrir a tal partícula de Higgs, tão ou mais perdida que o peixe Nemo nos dias de hoje. Não dá. Você pode tentar, mas não vai conseguir explicar Física Quântica para uma formiga. É a mesma presunção humana de achar que todos os porquês da vida e do Universo estão apenas a uma partícula de serem descobertas e plenamente entendidas.

Não é que eu duvide da capacidade humana, longe de mim. É só que eu acho que não serão mais bilhões de anos que farão com que formigas desistam dos formigueiros e passem a construir pirâmides e naves espaciais. Acho que nem Darwin concordaria com isso. A evolução existiu e existe, assim como o espaço restrito em que ela é contida. O homem moderno precisa continuar a buscar conhecimento, mais e mais, é fato. Essa busca faz parte da nossa natureza. Porém precisamos também entender que nosso conhecimento é limitado, ao passo que em si somos limitados. Certas coisas -sempre- serão grandes demais para nosso entendimento. O problema é quando nos deparamos com essas questões muito maiores que nós, como formigas olhando para a Pirâmide de Gizé, nós preferimos simplesmente negar a existência daquilo que nunca, jamais, conseguiremos entender. Até batizamos com nomes bonitos, como "alucinação em massa", "fanatismo" ou até "ignorância científica". E então voltamos ao formigueiro, fazendo planos para descobrir o próximo pseudo-mistério, a próxima partícula de Higgs que alimentará ainda mais nossa sede de sermos o centro do Universo. 


Aldrêycka Albuquerque