Este post é dedicado a todos aqueles que após lerem este post ficaram interessados sobre os Olmecas, e tiveram que esperar dois meses e onze dias para conferi-lo, como eu tinha prometido. Demorou mais chegou, galera. Espero que gostem.
Ainda hoje sabe-se muito pouco sobre os Olmecas. Tão pouco que nem se tem certeza como esta civilização realmente se chamava, pois “olmeca” foi um nome asteca que posteriormente os arqueólogos colocaram, que significa “Habitantes do país da borracha” – pois na região onde esse povo habitou, existiam muitas seringueiras. Na verdade, o nome pelo qual essa civilização se reconhecia ficou perdido na história mesoamericana. Assim como informações importantes, como: se eles foram um Império; se tinham algum tipo de unidade entre as cidades ou se eram um povo constituído de diversas cidades-estado como os Maias; se eles foram realmente os primeiros povos “civilizados” da mesoamérica; se praticavam sacrifícios humanos; ou se tiveram ou não contato com povos da Europa, da Ásia ou da África. O pouco que se sabe dos Olmecas foi através de arqueólogos que ao estudarem os Astecas, encontraram artefatos e outros resquícios de uma civilização ainda mais antiga.
Acredita-se que os Olmecas viveram no México central por volta de 1500 a 400 anos antes de Cristo, e que eles foram a civilização-mãe de todas as civilizações mesoamericanas posteriores (astecas, maias, tolteca, etc). Em uma área pantanosa, localizada próximo à costa leste do México, mais precisamente nas regiões banhadas pelos rios Tonalá, Blasillo, Papaloapan e Chiquito foram encontradas uma série de esculturas e peças de cinzelagem que remontam a um caráter diferente do Maia, diferente do Tolteca, diferente do Asteca, do Zapoteca, do Mixteca e do Teotihuacano. Essas peças então foram classificadas como Olmeca. Os céticos acreditam que existe uma grande abstração na hora de se creditar o que realmente foi feito pelos Olmecas – meio que por eliminação, e isso gera uma grande possibilidade deste povo nunca terem existido de fato, concordam?
Existem 18 sítios arqueológicos com traços Olmecas em maior ou menor grau. Destes, três são muito superiores aos demais e então são considerados os centros desta civilização: La Venta, Tres Zapotes e San Lorenzo. Além desses três sítios arqueológicos, existem outros quinze localizados em sua proximidade que podem ter sido Olmecas ou, ao menos, influenciados por este povo. Por fim, sabemos que a única região da Mesoamérica onde não se encontram vestígios convincentes da cultura Olmeca é a região onde se desenvolveu a cultura Maia, deve haver, portanto, alguma explicação para isso. Sabemos, por fim, que após o século IV a.C. tornam-se cada vez mais raros os vestígios Olmecas até chegarem à total extinção dessa população.
Para muitos, La Venta poderia ter sido a capital de um possível Império Olmeca; não era a cidade mais antiga, mas, sem dúvida, era a mais bem conservada, além de ser a possível “criadora” de muita parte do estilo Olmeca. Pois bem, por volta do final da década de 70, com a crise do petróleo, este recurso se tornou muito caro e escasso no ocidente, o que fez com que o empenho das empresas prospectoras de petróleo estatais em encontrar novas fontes do material aumentasse. Foi o que aconteceu e, dessa forma, a PEMEX descobriu que embaixo do sítio de La Venta existia petróleo em abundância. O governo Mexicano não pensou duas vezes, autorizou a remoção de tudo o que estava no sítio e a instalação de uma central de extração de petróleo na pequena ilha fluvial. Resultado: foi criado, em Villahermosa, o Parque La Venta, onde estão os objetos retirados do sítio e as coisas que não puderam ser retiradas, como (simplesmente) a Pirâmide (talvez a mais antiga da América e, dessa forma, uma bela fonte de estudo para se chegar a um porque da construção desse tipo de edifício na América) foram destruídas.
Os olmecas poderão ter sido a primeira civilização do hemisfério ocidental a desenvolver um sistema de escrita. Símbolos descobertos em 2002 e 2006 foram datados de 650 a.C. e 900 a.C. respectivamente, precedendo a mais antiga escrita zapoteca datada de 500 a.C.. Conhecida como o bloco de Cascajal, a descoberta de 2006 feita num local próximo de San Lorenzo, mostra um conjunto de 62 símbolos, 28 dos quais são únicos, gravados num bloco de serpentina. Um grande número de arqueólogos proeminentes considerou que esta descoberta será "a mais antiga escrita pré-colombiana", porém há controvérsias. Outra invenção olmeca pode ter sido o calendário de contagem longa utilizado por muitas das civilizações mesoamericanas subsequentes, bem como o conceito de zero. Uma vez que os seis artefatos com as mais antigas datas segundo o calendário de contagem longa foram todos descobertos fora da região maia, então é provável que este calendário seja mais antigo que a civilização maia e possivelmente uma invenção olmeca. A contagem longa requeria o uso do zero no seu sistema numérico vigesimal. Um glifo com aspecto de uma concha -- -- era usado como um símbolo do zero nas datas em contagem longa, a segunda mais antiga das quais, na estela C de Tres Zapotes, contém uma data correspondente a 32 a.C.. Este glifo é uma das mais antigas utilizações do conceito de zero na História.
Os Olmecas parecem ter sido os pioneiros a praticarem deformações cranianas, uma prática muito corriqueira entre os povos da América Pré-Colombiana. Essa prática consiste em um sem-número de modificações que os indivíduos de determinadas sociedades podiam provocar voluntariamente em seus filhos ainda bebês. É possível que houvesse entre os Olmecas uma espécie de hierarquização devida às deformações, tal qual houve entre os Maias (em Palenque, os governantes deveriam nascer com alguma deformação física para estarem aptos a governar, isto era visto como um presente divino; os que não nasciam assim, mutilavam-se em busca dessa proximidade com os deuses).
O legado mais misterioso e marcante desta civilização são as grandes cabeças esculpidas em diversos materiais, entre eles basalto, com altura variando de 2 a 4 metros e pesando de 4 a 65 toneladas. Até hoje, são 17 as cabeças colossais desenterradas. Elas foram talhadas a partir de blocos individuais de basalto oriundos da Sierra de los Tuxtlas. As cabeças localizadas em Tres Zapotes, foram esculpidas em basalto do Cerro el Vigía, na extremidade oriental dos Tuxtlas. Por outro lado, as cabeças de San Lorenzo e de La Venta, foram provavelmente talhadas em basalto proveniente do Cerro Cintepec, no lado sudeste dos Tuxtlas, talvez nas oficinas do sítio vizinho de Llano del Jícaro, e arrastadas ou levadas por rio até ao seu destino final. Foi estimado que seriam necessários os esforços de 1500 pessoas durante três a quatro meses para deslocar uma cabeça colossal desta forma. Uma vez que nenhum texto pré-colombiano as explica, estes monumentos impressionantes têm sido objeto de muita especulação. Antes eram consideradas representações de jogadores, já atualmente se acredita que sejam retratos de governantes. Daí cria-se mais uma polêmica: a curiosa feição que tinham esses governantes.
Essas feições das grandes cabeças são chamadas de “Olmecóides” – faces redondas com narizes negróides, olhos mongólicos e lábios superiores protuberantes. Como se sabe, as feições comuns entre os aborígenes da América não era nem de longe parecida com essa feição “Olmecóide”, sendo assim, é possível que este tipo de rosto fosse o rosto de governantes com deformações cranianas. É lógico que tal aparência suscita logo a dúvida: teriam os Olmecas tido contato com negros Africanos? O estudioso Samael Aun Weor acredita que sim. Em uma de suas conferências sobre Antropologia Gnóstica, Weor afirmou que essas cabeças foram esculpidas há mais de 20 mil anos, quando a Atlântida não havia ainda submergido. Segundo ele, esse continente perdido unia na época a Europa, a África e as Américas, e era por ele que vinham, entre outros, peregrinos africanos visitar as pirâmides mexicanas. Dessa forma, muitos esotéricos e alguns estudiosos de cabeça mais aberta, acreditam que em honra à visita dos grandes reis africanos, os olmecas esculpiam essas enormes cabeças de pedra. O que se sabe ao certo é que essas Cabeças Olmecas possuem traços marcadamente negróides, muito diferente das feições daquele povo.
Outra curiosidade que ronda esses monumentos olmecas é o fato de que um grande número dessas cabeças foi mutilado. Não só mutilado, como enterradas e desenterradas, recolocadas em novos locais e/ou reenterradas. Sabe-se que pelo menos duas cabeças foram recicladas ou novamente talhadas, mas não se sabe se isto se deve apenas à escassez de pedra ou se tais atos tinham conotações rituais. Suspeita-se igualmente que o significado de algumas das mutilações vai além da mera destruição, mas alguns estudiosos não excluem conflitos internos. Alguns afirmam que os próprios olmecas destruíram muitas delas para simbolizar que esses reis-sacerdotes africanos não eram mais de confiança ou ainda que eles haviam morrido de forma violenta. Também existe a hipótese (essa menos provável) de que grupos inimigos dos olmecas destruíram algumas dessas cabeças em atos de violência e vandalismo.
Bem, no final das contas, os Olmecas mesmo sendo uma civilização esquecida perante tantas outras mais famosas, que deixaram legados muito mais importantes, garantiram seu espaço no Estranho Curioso por terem tido colhões para construírem cabeças dantescamente horrorosas, levarem elas de um extremo a outro sabe-se Deus como e para que propósito, depois sumirem com seus rastros num passe de mágica. Só sobraram cabeças de basalto, que não eram nem parecidas com eles próprios, para contarem a história. Vai que os Olmecas pegaram a estrada dos seus governantes e foram parar na África?! Quem explica?
Aldrêycka Albuquerque
Fontes de Pesquisa:
http://www.klepsidra.net/klepsidra14/olmecas.html
http://www.pegue.com/incas/olmecas.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olmecas
http://www.gnosisonline.org/antropologia/cabecas-olmecas-esculturas-de-reis-afro-mexicanos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olmecas#Cabe.C3.A7as_colossais_olmecas
3 comentários:
Dreycka, fenomenal estapostagem, não sabia nada sobre os Olmegas e assimilei esta avalanche de informações impressionantes!!!
Parabéns
Muito bom,me ajudou muito vlw mesmo!!!
indico muito o documentário Hidden Colors -
no segundo filme, Hidden Colors II - fala sobre a como os negros são os verdadeiros fundadores de todos os povos
Postar um comentário