sábado, 1 de maio de 2010

O Peso da Alma



“De fato a máquina se parecia um pouco com as incubadoras para bebês prematuros dos hospitais, mas tinha o tamanho de um adulto – era uma cápsula de plástico transparente comprida e hermeticamente fechada, parecendo algum tipo de compartimento futurista para dormir. Estava montada em cima de um grande aparelho eletrônico [uma microbalança de alta precisão]. (...) – Se eu puser uma pessoa dentro desta cápsula e fechar a tampa, o indivíduo estará em um sistema totalmente isolado. Nada entra nem sai. Nenhum gás, líquido ou partícula de poeira. Nada pode escapar: nem as expirações da pessoa, nem o suor por evaporação, nem fluidos corporais, nada. (...) – Hum, é claro que uma pessoa morreria aí dentro bem depressa. (...) – Em uns seis minutos, dependendo do ritmo respiratório. (...) ...havia um homem muito velho usando uma máscara de oxigênio lá dentro. (...) O enfermeiro então afastou o respirador artificial e os outros equipamentos, deixando o velho dentro da cápsula (...) de repente, como se houvesse escolhido o momento por conta própria, ele deu seu último suspiro. Tudo parou. Era o fim. (...) Foi então que aconteceu. (...) Segundos depois da morte do homem, os números da balança diminuíram de repente. Ele se tornara mais leve imediatamente após a morte. A diferença era minúscula, porém mensurável... e aquilo tinha implicações assombrosas.(...) – Katherine, acho que você acabou de pesar a alma humana.” O SÍMBOLO PERDIDO – Dan Brown.

Todos devem ter tomado conhecimento do novo livro do Dan Brown, “O Símbolo Perdido”. Mas antes que você feche seu navegador pensando que esse é mais um texto crítico a respeito deste Best-Seller, fiquem tranquilos, só iremos citá-lo. Pois foi após ler esse livro que me chamou atenção a tal “Ciência Noética” e o “Peso da Alma”. E como eu sei que a maioria das ficções dos livros do Dan Brown tem um pano de fundo realístico, fui eu atrás do assunto. E fiquei bem curiosa, espero que vocês também.


“(...) Katherine teve uma idéia estranha. Peter havia mencionado o Livro de Gênesis e sua descrição da alma como Neshemah (um sopro de vida), uma espécie de “inteligência” espiritual separada do corpo. Ocorreu-lhe que a palavra “inteligência” sugeria a presença do “pensamento”. A ciência noética propõe que os pensamentos têm massa, portanto, era lógico que a alma humana também poderia ter. Será possível pesar a alma humana?” O SÍMBOLO PERDIDO – Dan Brown.


Alguns chamam de “Alma”, os mais céticos preferem chamar de “Mente”, mas todos comungam o fato de existir algo eterno e intangível dentro desse nosso corpo material, que animal nenhum tem igual. Mesmo assim, muita gente ficou surpresa com uma reportagem de capa do jornal norte-americano The New York Times que dizia que alguém tinha comprovado a existência da Alma pesando-a. Já parou pra pensar quantas gramas sua alma pesa? Mas antes de mais nada, para que não haja dúvidas do que realmente se foi pesado, vamos consultar um dicionário.


“Alma é um termo que deriva do latim anǐma, este refere-se ao princípio que dá movimento ao que é vivo, o que é animado ou o que faz mover. Religiosamente é definida como um ser independente da matéria e que sobrevive à morte do corpo, que se julga continuar viva (...).” WIKIPÉDIA


É sob essa concepção religiosa de que a alma continua viva mesmo depois da morte do corpo, que o cientista Duncan MacDougall em 1907 deu início a uma série de experiências no mínimo estranhas. Pesou seis pessoas que estavam em estado terminal, antes, durante e após a morte. Ele constatou que no processo de morte o corpo ia perdendo peso lentamente até que ao entrar em óbito, a super-balança em que a pessoa estava deitada indicava uma significante perda de peso. MacDougall fez as mesmas experiências com quinze cachorros e o ponteiro da balança nem saiu do lugar.

“Para provar a sua hipótese, equipou seis leitos com balanças de boa precisão e ocupou-os com pacientes que estavam à beira da morte. Seguiu-se um período de observação, durante o qual o doutor esperou pela morte de seus pacientes. Cuidadoso, certificou-se de que a perda de peso medida já antes da morte era devida aos fluidos eliminados pelos pacientes pelo suor ou urina; após a sua evaporação, as balanças acusavam uma pequena perda de peso.” JORNAL DA CIÊNCIA


Das seis pessoas em fase terminal que o doutor fez a experiência, cada uma delas resultou em um peso de alma diferente. Algumas delas ele não conseguiu fazer a experiência de forma efetiva, pois a “cobaia humana” morria antes mesmo dos instrumentos estarem ajustados. Mas a cobaia que passou pela análise mais bem feita, segundo MacDougall, resultou em 21 gramas de alma. Foi então que até criou-se o viral de que a alma humana pesava isso, e até foi feito um filme a respeito, com o sugestivo título “21 gramas”. Por essa inconsistência no estudo do doutor, a comunidade acadêmica, a crítica e os céticos caíram em cima das experiências, e não faltaram argumentos para justificarem a perda de peso das pessoas, e a ausência desse fenômeno nos animais. Meio constrangido, o doutor admite que sua experiência não foi lá muito bem feita, e que ela teve sim alguns furos, mas que ele está convencido de que a alma existe e de que ela pode ser pesada. E ele vai atrás de refazer com mais cuidado as experiências.

“Dos seis testes, dois tiveram que ser eliminados devido a erros nas balanças: num deles, a balança não havia sido calibrada corretamente; o outro morreu tão rápido que o médico não teve tempo de calibrá-la. Dos outros três, dois indicaram uma perda de peso que continuou durante um bom tempo, e o último indicou uma perda de peso que depois reverteu ao normal. (...) O doutor repetiu o experimento com quinze desafortunados cachorros, não encontrando qualquer diferença no momento da morte. O resultado não o surpreendeu. Pelo contrário, serviu de apoio à sua conclusão. Afinal, cachorros não têm almas.” JORNAL DA CIÊNCIA

Outra coisa interessante é a distinção entre almas. O doutor justifica a diferença de peso das almas e da diferença de tempo que cada alma levou para “deixar de vez o corpo” com o temperamento dessas pessoas. Percebam o argumento interessante (mas bizarro) de MacDougall:

Segundo o médico, a diferença tinha a ver com o temperamento de cada um. “ - Um dos homens era apático, lento no pensamento e na ação, nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo, depois da morte, até se dar conta de que estava livre”. SUPERINTERESSANTE

É bem verdade que esse papo de ciência noética (que vamos falar em outros posts) e peso da alma ficou bem mais conhecido depois da publicação do livro de Brown. Mesmo esses assuntos sendo desacreditados por tanta gente cética e/ou estudiosa do assunto. Mas o fato é que esse é mais um assunto estranho e curioso que só comprova aquela velha premissa de que existem mais coisas entre o céu e a terra do que podemos imaginar. E o coitado do doutor McDougall, mesmo desacreditado na sua mais importante pesquisa, quando morreu, recebeu uma bela de uma homenagem no mesmo jornal norte-americano que cerca de 13 anos antes tinha publicado seu estudo tão entusiasmado. No dia 16 de outubro de 1920, o The New York Times anunciou sua morte com o título "Ele pesou a alma humana". Pra mim isso é um reconhecimento post mortem. Mas entendam como quiserem.


Aldrêycka Albuquerque

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7 comentários:

Francisco Amado disse...

É uma piada estes cientista desdenharem as descobertas de Sir William Crookes,Cesar Lombroso,Robert Hare,J. B. Rhine e muitos outros.
Só para aguçar sua curiosidade Crookes fotografou um espirito por 3 anos.

Chris disse...

A piada é alguém considerar isso como "ciência".

Anônimo disse...

Craigafer quem nao leu o livro O Simbolo Perdido pode nao entender mas ciencia e magia podem ser a mesma coisa, e a ciencia noetica estuda a ciencia como se fosse magia, citado tambem no filme Thor, onde o persogem principal diz: na Terra o que é magia no meu mundo é considerado ciencia.

Anônimo disse...

O Universo é dividido em imensuráveis dimensões, todas interligadas entre si pelas energias cósmicas fundamentais de sua expressão formando assim a realidade completa do Todo existencial.
Atualmente para nós, três são os principais tipos de dimensões, em começo de estudo, dos quais subdividem-se em inúmeras escalas:
1.Dimensões Espirituais.
2.Dimensões Energéticas.
3.Dimensões Físicas.

A área de dimensões Espirituais

É a área existencial que mantém ativas todas as demais. este lugar se localiza além da matéria física, além da matéria energética, pois é a matéria dos pensamentos em sua definitiva expressão, aonde tudo o que existe nas dimensões físicas foi e é gerado. De lá viemos e para lá retornaremos no fim de cada processo de experimentação evolutiva nas dimensões físicas.
A área de dimensões espirituais, em determinados locais é o mais próximo do lar extra-cósmico do Criador Primordial. Nesta área de dimensões espirituais nada de matéria física penetra, apenas os pensamentos imperam e definem conforme suas estruturas em cada subdivisão dimensional. A essência individual de cada um de nós é um ser único que reflete nossos pensamentos e sentimentos na sua estrutura de existência. Cada um de nós é um ser psicoelétromagnético em evolução dentro do Universo, o Cosmos, a Grande Unidade Coexistencial. Somos todos multidimensionais e evolucionários, ora estamos em dimensões físicas, outrora em áreas espirituais, novamente de volta a física perfazendo processos experienciais de evolução para compreender e exercer com Sinceridade o Verdadeiro Bem Estar em qualquer das dimensões que possamos nos localizar. Uns mais consciêntes, outros menos, assim como vemos nas escolas de nosso planeta pessoas em diferentes séries e estágios de aprendizados o mesmo vale para nossa existência completa.
Deus, O Verdadeiro, O Único Criador Primordial do Universo assim fez suas leis Naturais Coexistenciais para auxiliar a cada um de nós e a todos os que existem a evoluir na Harmonia, uma vez que cada qual entenda que só o Bem Verdadeiro constrói a Felicidade inabalável.

A existência contínua
Por meio da existência paralela de todas as áreas dimensionais mencionadas, unidas, ligadas e ao mesmo tempo delimitadas, de um modo que se observarmos com amplitude vemos que todas formam Um Todo, o Cósmos, o Universo em sua totalidade, a Criação do Criador Primordial.

Anônimo disse...

Até q provem o contrario ta valendo.

Jefferino-Gasparóide disse...

Alguém, não lembro quem, disse certa vez: "Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia."

Desbravador disse...

Achei interessante a respeito do peso da alma, mas prefiro pensar em peso da mente. Vez ou outra me pego pensando o seguinte,nosso corpo, nossa massa corpórea ao morrer entra em decomposição, ou seja, é realmente uma parte mortal de nossa existência, mas, e a mente? ngm nunca viu a mente realmente, ngm viu ela morrer, igualmente como os pensamentos, enfim, o que imagino é que todo registros que temos por ai de fantasmas, assombrações, religiões espirituais, etc. não passa de mentes vivas, nossas mentes sendo imortais e continuando a existir no plano terreo, porem de uma forma diferente, o que acham?

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